Neste post vou te ensinar tudo sobre a análise cinesiológica do Tríceps na Polia. Você vai aprender sobre a importância dos músculos envolvidos, como que funciona a articulação do cotovelo, como que deve ser feito o movimento e muitas curiosidades.
O Tríceps na Polia é um importante exercício que utiliza a articulação do cotovelo.
Análise Cinesiológica do Tríceps na Polia
A interpretação e organização das análises do tríceps na polia estão obedecendo os seguintes critérios:
- Uma pequena introdução da articulação e musculatura, seguida da caracterização articular;
- Descrição do movimento (posição inicial, execução e posição final);
- Plano de apoio e o seu eixo;
- Envolvimento dos músculos (principal e secundário);
- Análise do sistema de alavancas (considerando a musculatura principal como o ponto de referência de força);
- Curiosidades sobre o exercício.
A articulação do cotovelo tem a função de servir para a mobilidade da mão, seja sozinha ou em conjunto com a articulação do ombro (CAMPOS, 2000).
Seus movimentos são:
- flexão e extensão, onde o comprimento dos membros superiores são diminuídos e aumentados relativamente (CAMPOS, 2000). Sendo dessa maneira Monoaxial.
No dia a dia das pessoas a musculatura anterior do braço possui uma importância singular, pois, geralmente quando se carrega algo o indivíduo apresenta os cotovelos flexionados e a musculatura trabalhando isometricamente, desenvolvendo sustentação.
Da articulação do cotovelo será realizada a análise cinesiológica do Exercício Tríceps na Polia
Aspectos da articulação do cotovelo
É uma articulação formada pela união dos ossos úmero, rádio e ulna, sendo na verdade a união de três superfícies articulares, que são:
- a Radioulnar Proximal;
- Umeroulnar;
- e Umerorradial. (MIRANDA, 2000).
Vamos a definição de cada uma dessas três superfícies articulares:
1) a Radioulnar Proximal é do tipo Trocóide ou Pivô, possui apenas um grau de movimento (Monoaxial), e esses são a Pronação e a Supinação;
2) a Umeroulnar é do tipo Trocleartrose ou Gínglimo ou em dobradiça, apresentando um grau de movimento (Monoaxial), realizando Flexão e Extensão;
3) a Umerorradial é do tipo Condilartrose ou Condilar ou em esfera e soquete, sendo Biaxial (com dois graus de movimento), sendo capaz de realizar Flexão, Extensão, Pronação e Supinação (MIRANDA, 2000).
Estas articulações também possuem elementos de reforço e estabilização, que são:
- a Cápsula Articular (comum as três superfícies);
- e os Ligamentos Colaterais Ulnar, Colateral Radial e o Anular da Cabeça do Rádio (MIRANDA, 2000).
Vamos ao Exercício
Tríceps na Polia – Como Executar
Descrição do movimento
Posição inicial
Colocar-se em pé de frente para o aparelho Puxador (ou Pulley) então, segura a barra e a puxe até que seus braços estejam fixados na lateral do tronco, os cotovelos ficam flexionados e ocorre uma pegada em pronação.
Execução
Se inicia uma extensão dos cotovelos, levando os antebraços o mais próximo da lateral do Abdômen e que a barra chegue bem próximo das coxas.
Posição final
Ao diminuir a força muscular imposta à barra do aparelho, este começa a puxar o antebraço para uma flexão, sem permitir que os cotovelos se afastem do tronco, até que se atinja a posição inicial.
Plano de execução do exercício
Assim como o exercício de flexão do cotovelo, Campos (2000) demonstra que a extensão é efetuada no plano Sagital ou Ântero-posterior, apoiado sobre um eixo Frontal.
Músculos que participam da execução do exercício
Os autores consultados afirmam que o Tríceps Braquial é o músculo principal e o Ancôneo o auxiliar na execução deste exercício.
Apenas Tesch (2000) não cita o Ancôneo, talvez por não apresentar a análise do antebraço em seu livro.
Tipo de alavanca presente na execução do exercício
O tipo de alavanca presente na execução deste exercício é de Terceira Classe ou Interpotente, representando a resistência pelo antebraço, o fulcro pela articulação do cotovelo e a força principalmente pela musculatura do Tríceps Braquial.
Observações e curiosidades
- Quando se realiza exercícios para a parte anterior do braço (Bíceps Braquial) é de fundamental importância que também se faça para a parte posterior (Tríceps Braquial), visando com isso a integridade da articulação devido a promoção do equilíbrio das forças. (CAMPOS, 2000);
- O maior momento de força se dá quando o antebraço encontra-se paralelo ao solo. (CAMPOS, 2000);
- Os músculos flexores do cotovelo são em média 1,5 vezes mais fortes que os extensores da mesma articulação. (MIRANDA, 2000);
- O Tríceps Braquial é mais forte quando o ombro está em flexão (braço junto ao corpo). (MIRANDA, 2000);
- A maior dificuldade quando se começa a praticar esse exercício acontece no momento de deixar o peso retornar à posição inicial, durante a flexão dos cotovelos. Isso porque a pressão contra a gravidade realizada pelo cabo puxando o antebraço geralmente o faz muito velozmente, provocando um choque na articulação do cotovelo e um deslocamento anterior, como elevação frontal dos ombros;
- Além da dificuldade de posicionamento sem Protração (deslocamento para a frente) dos Ombros e Cifose Torácica, duas características muito freqüentes em iniciantes ou aqueles que incrementam a carga superiormente ao que conseguiria carregar com sucesso, conforto e postura adequada.
Referência Bibliográfica
MUSSI, Ricardo Franklin de Freitas; LIMA, Larissa Karla Gomes; GOMES, Marcius de Almeida. Análise cinesiológica de uma série básica de musculação. In: SEMANA DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNEB, 3., 2002, Guanambi. Anais… Guanambi: Universidade do Estado da Bahia, 2002.
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