Neste post vou te mostrar como um atleta consegue em seu período de finalização alcançar aquele pump muscular e subir seco nos palcos.
O que é o Pump Muscular?
Nos últimos dias que antecedem um campeonato de fisiculturismo ocorre um processo popularmente conhecido como “finalização”.
Esta finalização tem por objetivo tornar os músculos mais aparentes e cheios através da manipulação da água, dos macros e micronutrientes.
A ideia é tirar o máximo de água debaixo da pele (subcutânea) e encher ao máximo os músculos com carboidratos (glicogênio intramuscular).
O atleta se esforça muito durante meses para conseguir desenvolver os seus músculos e no dia da competição ele deve estar o mais cheio e definido possível.
A fim de maximizar os estoques de glicogênio intramuscular, primeiro é necessário esvaziá-los.
Após um período de tempo com os estoques de glicogênio “zerados”, ou baixíssimos, nosso corpo chega a armazenar 50% mais do que normalmente armazena, o que chamamos de “supercompensação de glicogênio” [1].
A Primeira Fase de Finalização
A primeira fase de uma finalização tradicional é geralmente composta por alguns dias sem consumo de carboidratos e muitas vezes com treinos “fullbody”, ou seja, de todos os grupamentos musculares, para que haja o consumo e consequente esvaziamento dos estoques de glicogênio intramuscular de todos os músculos.
Simultaneamente há um alto consumo de água para estimular a diurese (secreção de urina).
Segunda Fase de Finalização
A segunda fase da finalização é composta por alguns dias (ou horas) de consumo de muito carboidrato, conhecida como “carb-up”, muitas vezes sem treino algum ou apenas de alguns pontos fracos do shape.
Nesta fase o objetivo é retirar a água gradualmente, algumas vezes havendo até a suspensão do consumo por um curto período de tempo.
Por que retirar a água para o Pump Muscular?
O objetivo da retirada de água durante o carb-up é “afinar a pele”.
Para cada grama de carboidrato estocado na forma de glicogênio são estocados três a quatro gramas de água [2].
Dentro deste quadro, com a redução do consumo de água e alta síntese de glicogênio cria-se a necessidade de realocar a água que está dentro do corpo.
O carboidrato puxa a água subcutânea para dentro do músculo e ela deixa de embaçar a definição muscular, além de aumentar o seu tamanho!
Porém, há um limite tanto para o estoque de glicogênio quanto para a mobilização de água para tal.
A resposta fisiológica do corpo à retirada da água se dá pela produção do hormônio antidiurético (ADH), o qual aumenta a retenção, agressividade, sensibilidade a dor, depressão e até demência [3].
O excesso de carboidrato e consequente ambiente insulínico estimulam a síntese e acúmulo de gordura.
Conclusão
Cada corpo tem as suas individualidades e a adequação e domínio destas estratégias e limitações sem comprometimento da sua saúde vem com o estudo e a experiência profissional.
É importante ter a orientação de um profissional especializado e que realmente entenda deste assunto.
Referências Bibliográficas
1. Roedde S. et al. Supercompensation of muscle glycogen in trained and untrained subjects.Canadian Journal of Applied Sport Sciences. 1986; 11 (1): 42-6.
2. Olsson K, Saltin B. Variation in total body water with muscle glycogen changes in man. Acta Physiol Scand. 1970; 80 (1): 11-8.
3. Caldwell H K. et al. Vasopressin: behavioral roles of na original neuropeptide. Progress in Neurobiology. 2008; 84 (1): 1-24.